Saímos cedo rumo a San Antonio de Los Cobres sem saber exatamente o que nos esperava. Era um trecho curto de aproximadamente 160 kms e com altitude. Sairíamos de Cachi com 2280 m.s.n.m cruzando o Cerro Del Acay, o ponto mais alto, com 4972 m.s.n.m. para chegar em San Antonio que está a 3900 ms.n.m.
A paisagem é espetacular e continuávamos com nosso objetivo de seguir sem muita pressa, aproveitando para tirar muitas fotos. A única informação que tínhamos, era que esse trecho levava em média de 3 a 4 horas para ser percorrido, parecia muito, mas estando lá a gente logo entende!
A estrada é sinuosa e estreita, com muitas “calaminas”, bolsões de areia, cotovelos e penhascos... e a mudança de altitude é bastante brusca, a subida de 3800 para os quase 5000 m.s.n.m ocorre em questão de poucos kilometros.
Voltando um pouco.... comecei esse dia com uma sensação estranha, com muita adrenalina e uma batida realmente diferente... mas a medida que avançávamos fui aliviando a pressão e conseguindo relaxar e curtir até chegarmos ao ponto mais alto da estrada e da montanha onde encontram-se as placas de localização e altitude e o “Monumento Natural Abra el Acay”. Este é o ponto mais alto da RN 40 ( paso carretero más alto en la America Latina) e quem sabe um dos pontos estradeiros mais alto o mundo, parada obrigatória para registrar com muita fotos.
O que posso dizer é que além do ripio e da altitude, encontramos algo que realmente eu não esperava (pelo menos não com tanta intensidade), era o velho e não tão amigo vento com rajadas que dificultavam estar em pé imaginem então, em cima da moto!
À cada cotovelo da estrada as rajadas ficavam mais fortes, só que subindo estávamos “protegidos” pela montanha, porém, ao iniciar a descida ( de acay) nos deparamos, de fato, com sua força... ( conheço bem... pegamos rajadas fortíssimas ao chegar em Puerto Natales em março, assim como, em Tres Lagos ao sul pela RN 40 junto com a Lari, em nossa viagem a Ushuaia).
Já o amigo CP teve o prazer de conhecê-lo (o vento) descobrindo que sua força é inexplicável e suas rajadas surgem por todos os lados dificultando a manutenção das guerreiras em pé (que estavam extremamente pesadas para esse trecho).
Enfim, foi impossível para o amigo CP passar por ali sem “comprar um terreninho”, isso porque ele nem queria, mas não teve outra opção (hehehe)... Já o amigo aqui, quase desistiu de descer o Cerro, não fosse o amigo CP com toda sua pilha e motivação, dizendo que tava na hora e não tinha outro jeito a não ser encarar a descida. Confesso que foi um dos momentos mais difíceis que já passei, pois quando fiz a curva final e me deparei com toda a força do vento (que jogou a frente da moto em direção da montanha) eu travei e não fui mais nem para frente nem para trás e apenas consegui voltar para a proteção das pedras porque o CP me ajudou...
Impressionante, o cara já tinha levantado a moto dele sozinho algumas curvas atrás e foi o responsável pela maioria das fotos daquele trecho. Ainda por cima, caminhava de um lado para outro, feito criança num parque de diversões... E eu?!? Sentei quieto buscando controlar a respiração para me recuperar para não entrar em “apuno” total... valeu CP!!!
Embicamos as motos na estrada, esperei passar uma rajada forte e “me fui” em primeira marcha com muita dificuldade com o CP logo atrás registrando o que podia... Foram os 50 Kms mais difíceis da minha vida, cada um tem seu limite e hoje vejo que, consegui me superar e passar por ali naquelas circunstancias. Mas ficou a lição: a moto estava extremamente pesada, o pneu inadequado e não tínhamos as informações do que exatamente poderíamos encontrar pelo caminho...
Vamos aguardar as palavras do CP...
Marcelo
3 comentários:
que bela viagem. perdi essa. Parabéns Marcelo, esses momento ficam para sempre.
Linda viagem... passei para espiar o blog e dizer que adorei conhecer vocês!!
Rosi/Waguinho
Rosi...
Agradecemos a mensagem e a visita ao blog... Apareça quando quiser... quem sabe tu te anima com os passeios motociclisticos...
Abraços, Lari
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